Junta de Freguesia de Almagreira Junta de Freguesia de Almagreira

História

Como se estivesse coberta de denso matagal nos primórdios da nacionalidade, D. Dinis ordenou a Almagreira a divisão em colonatos entregues aos cultivadores directos, os quais passaram a ser conhecidos pelos "almagreiros".
 
Os seus habitantes dispersos, ocupavam-se no fabrico de artefactos de madeira de pinho e objectos de olaria, para uso doméstico, alem da agriculturação dos campos e dos trabalhos das matas, construindo as suas casas térreas com adobos de barro.
 
Com adobos eram também erguidas as pequenas capelas votivas, que se foram espalhando pelos lugarejos, tendo a ultima dedicada ao Santo Baptista representado numa imagem quatrocentista talhada na pedra por santeiro rústico sido demolida em 1969. Mas, na verga da porta da capela do lugar de Assanha da Paz (antiga quinta propriedade do celebre historiador João de Barros), ainda se guarda insculpida uma pedra com a data de 1671. Apenas a Capela de Santa Quitéria, no lugar de Barbas Novas, mantém a forma primitiva, calculando-se a sua construção tardia, por volta de 1815.
 
A constituição da freguesia civil data do Decreto de 26 de Junho de 1867 mas, quanto a erecção da, paróquia religiosa não se pode indicar uma data tão precisa; no entanto pelo "Livro das Visitas", arquivado no Cartório Paroquial, temos informação que deve ser anterior a 1715, visto que o bispo de Coimbra, D. António Vasconcellos e Sousa, enviou uma carta pastoral a. Freguesia de Almagreira, em 2 de Julho, e no ano seguinte, em 17 de Junho, era visitada pelo Chanceler do Vigário Geral e a pia baptismal da Matriz tem insculpida a data de 1731; mas o orago Nossa Senhora da Graça, encontra-se representada numa valiosa imagem de pedra em estilo gótico.
 
No ano de 1910, fora remodelada a capela-mor que servia de jazida fúnebre ao bispo de Miranda e Bragança, D. José António da Silva Rebelo, miguelista exilado, que faleceu no lugar de Portela, em 1846, posto que tivesse no lugar de Paço. Mas, toda a velha igreja matriz seria remodelada em 1930, por iniciativa do padre José Nogueira, que a enriqueceu de panejamentos, revestimentos e talhas recolhidos no Convento do Desagravo de Lisboa por intermédio dos dirigentes dos Monumentos Nacionais.
Vinte anos depois, surgiram novos restauros e reconstruções a que procedeu o padre Manuel Duarte Marques, em obras iniciadas em 1951 e terminadas em 1954. O templo ficou com um aspecto exterior modernizado e sólido, respeitando-se no interior a traça anterior, que exalta magnificentemente a talha barroca, decorada com belas imagens de gosto seiscentista que pousam nos capiteis dourados e o painel de azulejos do século XVII.
 
Porque a antiga Estrada Real atravessava a Freguesia de Almagreira, ate ao reinado de Dª Maria I, era motivo de atracção dos grandes bandoleiros que interceptavam a Mala Posta e as Diligências Comerciais, que por ela cor¬riam; entre eles destacou-se Simão Cavaleiro que, depois do assalto a Quinta da Capa Rota, foi justiçado pela sua quadrilha que o abateu a tiro por não querer repartir o ouro roubado, ficando enterrado debaixo de uma figueira que havia no adro da Igreja Matriz.
 
A população desta freguesia, do concelho de Pombal, tão pacifica, contribui desde há anos para engrossar os movimentos migratórios internos e externos, destacando-se no ano de 1975, um total de 1300 emigrantes no estrangeiro, entre os quais se incluíam 220 famílias completas.
 
Estes emigrantes, sujeitos a um novo processo de urbanização foram-se valorizando e transformaram-se em forças de progresso, que trouxeram a riqueza auferida no exterior para a sua terra, factos determinantes da economia e desenvolvimento da freguesia de Almagreira.
 

Origens

Assanha da Paz é uma localidade portuguesa, situada na freguesia de Almagreira, concelho de Pombal no distrito de Leiria. Tem como localidades vizinhas os Barros da Paz a nordeste, os Gregórios e os Penedos a noroeste e pelo Reguengo a sudoeste. Os habitantes fazem distinção desta terra em três lugares Assanha da Paz, Ladeira e Cavadas. É uma das maiores aldeias da freguesia. Não sabem ao certo qual a origem do nome da terra mas tende-se a dizer que tinha a ver com a passagem de um ribeiro nas Cavadas e existir uma azenha onde as pessoas iam moer o grão daí a palavra “Assanha” e como já chamavam “Paz” àquele lugar pela conquista dos mouros aos invasores franceses, a aldeia passou a ser chamada de Assanha a Paz. O Património desta aldeia é a capela Nossa Senhora da Paz que foi restaurada em 1944 é um dos monumentos mais importantes da freguesia, sendo uma antiga quinta que era de propriedade do célebre historiador João de Barros, esta terra tem várias festas ao longo do ano em que a primeira é feita em Janeiro em honra da Nossa Senhora da Paz, depois segue-se em Abril em honra da Nossa Senhora da São Jorge, e ainda outra em Maio em honra da Nossa Senhora da Saúde.
 
Barbas Novas uma aldeia portuguesa, da freguesia de Almagreira, concelho de Pombal. Encontra-se separada por Barbas Novas de Baixo e Barbas Novas de Cima. A origem do nome desta Terra significa antiguidade. A aldeia já teve dois cafés, onde atualmente são espaços vazios. Esta terra atualmente tem duas associações em que só uma é que é utilizada para jantares de convívio e festas, existe também uma escola e duas capelas.
 
Barros da Paz uma terra vizinha, situa-se na freguesia de Almagreira no concelho de Pombal. Esta aldeia faz fronteira com Assanha da Paz e  Carregueiro. Não se sabe ao certo a origem do nome desta localidade. Nesta terra comemora-se duas festas num ano sendo uma Junho em honra de Santo António, e outra em Agosto em honra de Nossa Senhora da Conceição. Esta terra ainda tem uma associação que se chama Associaçao Recreativa Cultural Desportiva Barros da Paz (ARCD Barros da Paz)  as Vespas do Marquês, cafés, capelas, bombas de Combústivel, comércio de Sanitários, oficinas, agência funerária e uma empresa de táxis.
 
Bonitos uma aldeia portuguesa situada na freguesia de Almagreira, concelho de Pombal faz fronteira com Barbas Novas, São João da Ribeira. Nesta aldeia podemos encontrar uma loja, uma capela e umas alminhas. A produção agrícola nesta terra é predominante, principalmente o cultivo de produtos agrícolas e de arroz. 
 
Carrascos  é uma aldeia situada na freguesia de Almagreira no concelho de Pombal. A origem deste nome tende-se a ver com o facto de ter existido árvores de Carrasco que normalmente existem nas serras. Há uma festa num ano, sendo esta realizada em Julho, em honra de Nossa Senhora da Boa Viagem. 
 
Chãs é uma aldeia situada na freguesia de Almagreira no concelho de Pombal, terra ao lado da localidade Carrascos. A origem do nome do lugar não é ao certo conhecida, contudo pensa-se que se deve ao facto de ser um lugar alto e plano.
 
É nas chãs que existe o reservatório de água que pertence ao Municipio de Pombal, que abastece praticamente a freguesia de Almagreira toda.
Há uma festa por ano em julho sendo que já não existe esse festejo, não existe nenhum Santo Padroeiro mas existe umas alminhas. Nesta localidade há também um café e uma mercearia que pertence á mesma casa.
 
Espinheiras uma aldeia portuguesa, situada na freguesia de Almagreira concelho de Pombal, faz fronteira com Reguengo e Sazes, Pombal e Mata Mourisca. As Espinheiras são  uma única localidade contudo distingue-se por Ribeira, Espinheiras de Baixo, Espinheiras de cima e Ribeira da Palha. Existe uma pecuária e utilizam os resíduos dessa pecuária para fazer eletricidade produzem também ração para animais. Não se festeja qualquer festejo, pois não existe Santo Padroeiro.
 
Gregórios uma aldeia portuguesa situada na freguesia de Almagreira concelho de Pombal faz fronteira com Assanha da Paz, Penedos, Paço. É uma terra que esta esta separada por Gregórios de Baixo e Gregórios de Cima. Não sabem ao certo qual o significado do nome da terra, mas o Santo Padroeiro é S.Gregório onde se festeja anualmente uma festa em Agosto.
 
Lagares uma aldeia portuguesa, da freguesia de Almagreira concelho de Pombal, faz fronteira com a freguesia da Pelariga onde atravessa o rio Arunca. Nesta localidade ainda existe uma fonte com lavadouros só que já não é utilizada. É realizada uma festa por ano que é em Agosto em honra de Nossa Senhora de Fátima.
 
 
Netos uma aldeia portuguesa, da freguesia de Almagreira concelho de Pombal, faz fronteira com a freguesia e conselho de Soure e distrito de Coimbra. É caracterizada pela sua riqueza a nível histórico, recordando as invasões francesas decorridas no ano de 1811 onde faleceram 27 homens e 9 mulheres num total de 36 pessoas e ainda um padre que se encontrava dentro da cúpula (capela) a proteger os valores la existentes essas 36 pessoas são representadas por 36 pedras sendo uma em triangular que representa o Padre. A primeira cúpula nos Netos data do ano de 1604 e Santa Madalena era a padroeira, mais tarde em 1812 foi reconstruída em honra de Santo Caetano. Em 1913 foi feita uma nova capela e a Nossa Senhora da Nazaré foi a padroeira escolhida. É realizada uma festa por ano que é em Agosto em honra da Nossa Senhora de Nazaré. 
 
Curiosidades:
Cabeço Carneiro era um grande Monte que se encontrava entre o Sobral e os Netos no tempo dos Romano.  É um ponto histórico, pois era onde vigiavam a chegada dos Reis. 28 de Maio de  1811- Documento que comprova as mortes das invasões francesas. As vítimas morreram para guardar os valores que se encontravam na cúpula. 
 
Netos era uma ilha, porque quando chegava o inverno não se conseguia atravessar. Antigamente Netos não se escrevia como é na atualidade mas sim NEHTOZ.
 
O primeiro simbolo de crença católica foi construída no reinado de D.João III. Nos Netos havia símbolos, foi uma promessa que foi feita nesse tempo. Nos anos de 1990 existiam 24 famílias nos Netos.
 
Paço uma aldeia portuguesa, da freguesia de Almagreira concelho de Pombal, é considerada também umas das maiores aldeias da freguesia de Almagreira. Tem uma associação, polidesportiva, lar de idosos, café, oficina, carpintaria, alminhas, capela, e escola primária.
É realizada duas festas num ano sendo que uma é em Janeiro em honra de Santo António e outra em Agosto em honra da Nossa Senhora da Luz. Mas o Santo Padroeiro desta terra é Nossa Senhora da Luz.
Esta terra tem uma equipa de futsal União Pacense F.C, a escola primária é utilizada para a sede dos caçadores de Almagreira, e ainda se fazem jantares e almoços durante o ano, não rompendo com as tradições.
 
Penedos  uma aldeia portuguesa situada na freguesia de Almagreira concelho de Pombal faz fronteira com S.João da Ribeira, Assanha da Paz, Reguengo e Gregórios.
A origem deste nome deve-se ao facto de lá haver muitos penedos (pedras grandes, seixos).
Muitas são as histórias que são contadas nas terras e esta é uma das delas não pondo de parte, vão sendo passadas de geração em geração sem nunca acabar com esta tradição.
Uma das histórias mais contadas é o facto de que os Penedos terá sido uma grande comunidade de Mouros que terão deixado enterrado pequenas minas de ouro e fornos (usados para coser tijolos). Dizem também que o rio de Carnide foi outrora navegável e que
nos Penedos havia um pequeno porto onde atracavam os barcos. Esta terra contém ainda um parque de merendas uma capela e uma associação de moradores. Há duas festas por ano sendo que as duas são realizadas em julho uma do Santo Padroeiro que é a Nossa Senhora do Carmo e outra festa de Verão.
 
Pingarelhos é uma aldeia portuguesa pertencente à freguesia de Almagreira e ao concelho de Pombal. Tá rodeada pelas seguintes
localidades Vascos, Barbas Novas, Bonitos, Paço e Carrascos, todas elas pertencentes ao concelho de Pombal. Ninguém sabe a origem deste nome mas pensa-se que tenha a ver com o facto de esta aldeia se situar num ponto alto e rodeada de terras baixas. São inúmeras as histórias que rondam esta terra e a dos seus povos. Uma das histórias é a de Simão Cavalem que foi morto, iria matar duas senhoras, uma da Portela e outra dos Vascos. Para o impedir alguns homens do Paço juntaram-se e mataram Simão Cavaleiro na descida que vai ao Paço para os Pingarelhos dizendo ainda que nesse local nunca mais nasceu mato. Conta-se também que se um homem se espojasse no chão e encontra-se uma pegada de chibo se tornaria chibo ou cavalo. Outra ainda era sobre mulheres que tinham sete filhos rapazes ou sete filhas raparigas, dizendo que se fossem rapazes um seria lobisomem no caso das raparigas a mais velha seria uma bruxa. Não existe festejos.
 
Portela uma aldeia portuguesa, da freguesia de Almagreira concelho de Pombal, faz fronteira com Carrascos, Almagreira, Vale Nabal.
A origem deste nome remonta a um bispo de Bragança do inicio do século XIX devido as lutas liberais que se refugiou naquela aldeia, conta-se também a origem da Santa Padroeira, se deve ao facto de haver um grande olival onde por vezes colocavam candeias com azeite a arder em cima das oliveiras, daí a origem da Senhora das Candeias. É realizada uma festa por ano que é em Maio em honra da Nossa Senhora das Candeias 
 
Reguengo uma aldeia portuguesa, situada na freguesia de Almagreira no concelho de Pombal. Não existe origem, que tenha dado este nome, mas existe histórias interessantes algumas relacionadas com bruxas e lobisomens que é contado na aldeia e que vai passando de geração em geração. Uma das histórias que se fala diz respeito a um senhor que tinha visto uma luz, mas como não tinha medo de bruxas, a luz apagou-se e levou uma chapada, sem ter visto a pessoa. Mas ainda é referido também a existência de um lobisomem que falava sozinho para a sua enxada.  São realizadas duas festas por ano sendo que uma é em Fevereiro em honra de Santa Maria e outra em Agosto em honra do Senhor dos Aflitos, mas o Santo padroeiro desta terra é Santa Maria. 
 
Reis  é uma aldeia situada na freguesia de Almagreira concelho de Pombal encontra-se separada por Reis de Baixo e Reis de Cima, faz fronteira com Almagreira, Barros da Paz e Aldeia dos Redondos. A origem desta localidade, remonta ao tempo da Monarquia, onde a população contava que os reis passavam por esta terra e que aproveitavam a encosta para descansar e beber água. Há uma festa por ano, sendo esta realizada em Janeiro em honra dos Reis.
 
S.João da Ribeira  uma aldeia portuguesa situada na freguesia de Almagreira, concelho de Pombal, faz fronteira com Penedos, Vale na Cabra, Bonitos, Paço e Gregórios.
Não se sabe ao certo a origem do nome da Terra, mas uma curiosidade bastante interessante é que no lugar de S.João da Ribeira existia uma localidade chamada Chãs, uma vez que estas localidades uniram-se já não existe esse nome.
É realizada uma festa por ano sendo esta em Junho em honra de São João.
 
Vale Nabal uma aldeia portuguesa situada na freguesia de Almagreira, concelho de Pombal faz fronteira com Netos, Chãs, Portela e Marzagão (conselho de Soure).
A origem desta localidade pensa-se que esta associada à existência de muitos nabos, na encosta mas passado alguns anos foi mudado para Vale Nabal. Existe uma associação onde são realizadas festas, uma capela e umas alminhas. Nesta aldeia existe duas festas por ano sendo que uma é realizada em Abril em honra de São Jorge e uma em honra de Santo António onde é
realizada a festa das chouriças.
 
Vascos uma aldeia portuguesa situada na freguesia de Almagreira, concelho de Pombal faz fronteira com Portela, Almagreira e Pingarelhos.
Não se sabe ao certo a origem do nome da terra. Existe uma festa uma vez por ano em Dezembro em que a Santa Padroeira é Nossa Senhora da Conceição.
 
Almagreira
Almagreira é uma aldeia que se tem desenvolvido ao longo dos anos sendo que possui os serviços básicos de apoio a população: a junta de freguesia, o centro de saúde, farmácia, o mercado, a igreja, o salão polivalente, escola primária, escola pré-primária, lar e centro dia, associação cultural desportiva e recreativa, banco, cafés, minimercados, posto de abastecimento, florista, talho, padaria, lojas, cemitério, e a sala do Grupo de Jovens (Horizonte). Almagreira é também conhecida pelos grupos que a representam: a associação de caçadores, o grupo folclórico e etnográfico, as equipas de futebol da A.C.D.R.A., o Grupo de jovem do Horizonte e o Grupo Amador de Teatro de Almagreira (GATA). Muitas são as atividades desenvolvidas anualmente de cariz religioso, desportivo, social e cultural.
 
 
Informações retiradas da rubrica “lugar a lugar” do jornal horizonte de setembro 2013 numero: 202

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